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Queda de até 80% no fluxo pode demitir até 5 mil no comércio de Manaus

Manaus – Por conta da incidência do novo coronavírus (Covid-19) em Manaus, nos últimos dias, o fluxo de consumidores no comércio da capital já sofreu uma queda de até 80%, segundo lojistas e camelôs do Centro de Manaus. Eles afirmam que a movimentação despencou e que os prejuízos já podem ser sentidos. A Câmara Dirigente dos Lojistas de Manaus (CDL-Manaus) estima que a queda nas vendas já está em torno de 25% a 35%, o que pode gerar um cenário com até a cinco mil desligamentos de trabalhadores do setor, se a situação piorar.

A gerente da loja Única Sapataria, Marleni Mar, disse que o movimento no Centro caiu drasticamente desde o início da semana. “Nós recebíamos em torno de 100 clientes por dia, agora, quando aparecem 20 pessoas é muito. Ou seja, a movimentação aqui caiu em torno de 80%. Está parecendo um domingo, um dia parado”, observou.

A gerente também apontou que, mesmo que a situação piore, sua loja não irá fechar. “Como vou pagar os funcionários? Como essas pessoas irão comer? Não temos como viver sem trabalhar. Se houver somente um cliente comprando, vamos atendê-lo e buscar lidar com a situação”, afirma.

A camelô Cristina Teixeira apontou que a crise já estava se fazendo presente em muitos espaços do comércio por conta da alta do dólar. Mas, agora, para ela, a situação ficou ainda pior. “As pessoas estão com medo de sair de casa e, dessa forma, as vendas caem automaticamente. Hoje, quase ninguém passa por aqui para comprar. Pode existir uma pequena movimentação, mas não há clientes e é deles que precisamos”, disse Cristina.

A gerente da loja de roupas Milano Modas, Juliana Santos, afirmou que a situação piora com o passar dos dias e revelou que tem adotado estratégias para sobreviver com as vendas. “Estamos fazendo promoções, colocando peças de R$20 por R$10, vendendo com até 50% de desconto, para ver se conseguimos atrair os poucos clientes que ainda existem”, explicou.

Desemprego

O presidente da CDL-Manaus, Ralph Assayag, explicou que os cálculos indicam uma queda violenta nas vendas do comércio e avaliou que, se a situação continuar assim ou piorar, haverá muitas demissões no setor. “Esperamos que o número de pessoas infectadas não cresça, pois poderemos correr o risco de chegar em um fechamento absoluto. Com isso, as vendas irão cair mais ainda e poderemos chegar a um número alarmante de pessoas desempregadas”, observou.

Como medida de contenção do Covid-19, Assayag afirmou que a CDL-Manaus está solicitando que os lojistas reduzam seus horários de trabalho e que sigam as recomendações da Secretária de Saúde.

A situação do desemprego também preocupa o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomercio-AM), Aderson Frota. Ele observou que, se o movimento de consumidores continuar caindo e reduzir as vendas, o desemprego se tornará uma realidade.

“Estamos preocupados com a sociedade, com a economia e com o emprego, mas sabemos que o mais importante é a vida das pessoas. Por isso buscamos conversar com outros setores econômicos e, também, com o governador, para propor que exista redução de multas para empresas que não puderem pagar os impostos do mês, além da suspensão do contrato de trabalho para que os funcionários possam ser socorridos pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT)”, encerra.

Medidas de proteção

Lojistas e camelôs afirmam seguir as orientações da Secretária de Saúde e, também, os conselhos direcionados da CDL-Manaus e da Fecomercio-AM. Todos estão optando pelo uso do álcool em gel para os funcionários e clientes, além do uso de máscaras – quando existe algum sintoma de gripe entre os trabalhadores – e do distanciamento do público, evitando contato entre funcionários e consumidores.

Funcionário do Vinícius Lanches, Leandro Rodrigues contou que, com a chegada do coronavírus, muitas pessoas estão parando de comer nas ruas, mas, mesmo assim o lanche segue todas as recomendações de prevenção e de cuidados com os alimentos. “Estamos tendo atenção com os salgados que vendemos aqui. Mantemos tudo aquecido ou refrigerado e sempre oferecemos álcool em gel para os consumidores, além de utilizarmos luvas antes de tocar nos alimentos” finalizou.

Shoppings Centers

Os maiores centros comerciais de Manaus também são agindo para conter o avanço coronavírus e seus lojistas já sentem uma queda nas vendas de até 50%. O fluxo de clientes já começou a ser afetado segundo lojistas e os shoppings relatam quais medidas de prevenção estão tomando para manter o faturamento durante o período da crise.

A proprietária da loja de maquiagens Make For You, localizada no Sumaúma Park Shopping, Daniela Maia, explica que o fluxo de consumidores realmente caiu muito. Ela não vê pessoas circulando pelo espaço como há algumas semanas atrás. “O movimento caiu pela metade. Antes recebíamos 100 clientes, agora somente uns 50. Ou seja, 50% de queda nas vendas”, revela.

Daniela também revela que, em sua loja, a saída está sendo fazer promoções para chamar atenção dos poucos clientes que ainda estão frequentando o shopping. Segundo ela, somente a baixa dos preços será capaz de manter as lojas abertas nesse período de crise.

Recomendações da Abrasce

A Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) recomendou aos associados com empreendimentos localizados em áreas com casos confirmados de coronavírus que funcionem em horário reduzido, das 12 horas às 20 horas, a partir desta quarta-feira 18. Isso significa uma redução de 4 horas no expediente diário dos shoppings, que costumam ficar abertos das 10 horas às 22 horas.

O Manauara Shopping afirma, por meio de nota, que manterá seu funcionamento, mas com horário reduzido, das 12h às 20h, a partir desta quarta-feira (18). A decisão foi tomada como forma de garantir à população acesso a todos os serviços presentes nos shoppings – como laboratórios, bancos, farmácias, supermercados, restaurantes e lojas – e, ao mesmo tempo, preservar empregos e minimizar o impacto econômico, sobretudo para os lojistas.

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